Olá, leitores queridos!
Por acaso você conhece aquela expressão “lobo em pele de cordeiro”? Bom, trata-se de um provérbio que ensina a desconfiar das aparências e, apesar de antigo, é um conselho bastante pertinente quando entra em questão julgar o que se vê nas redes sociais. Isso não é novidade.
Mas… será que você sabe por que é preciso manter uma atitude minimamente desconfiada enquanto navega? Veja que hoje qualquer indivíduo (1) conectado à internet, (2) a alguma rede social ou plataforma de mensagens de alcance global, (3) e munido da câmera de seu smartphone, pode capturar fotos e vídeos de eventos de interesse público em tempo real, de modo que podemos acessar online um grande número de conteúdos visuais – no Tik Tok, por exemplo, é possível assistir 6 vídeos curtos no intervalo de 1 minuto.
Além disso, as redes oferecem a facilidade de compartilhar e repostar publicações anteriores disponíveis online, ou seja, empregar fotos e vídeos de terceiros em postagens próprias.
Entretanto, em ambos os casos temos uma situação paradoxal, pois essas possibilidades promovem o engajamento coletivo na produção e difusão da informação, por outro lado, também abrem brechas para que conteúdos falsos, enganosos, maliciosamente fabricados ou descontextualizados, sejam amplamente divulgados nas redes.
Note que nenhum usuário do Whatsapp, Telegram, Tik Tok, Instagram, Youtube… é obrigado a fornecer fatos e dados precisos sobre os acontecimentos e sobre suas experiências – embora muitos pretendam fazê-lo – estando sujeitos a cometer erros, produzir relatos enviesados conforme suas próprias crenças, fazer afirmações descontextualizadas, enfim.
No fundo, os usuários de uma plataforma não devem ser confundidos com jornalistas e veículos jornalísticos, apesar de todos estarem presentes nos mesmos espaços virtuais.
Uma diferença crucial que separa o jornalismo de outros campos, como o do entretenimento, da propaganda, da ficção ou da arte, é justamente a disciplina da verificação, isto é, o compromisso em oferecer informações fundamentadas em pesquisa e consulta de fontes, de maneira tão precisa quanto possível.
E aqui entra a verificação de fatos ou “fact-checking”, que serve para esclarecer a dúvida, feita por agências de jornalismo especializadas no assunto, como a agência Lupa. Também existem alguns aplicativos e sites que podem ser boas ferramentas na hora da verificação, como o TinEye, que permite confirmar se uma imagem antiga não foi tirada de contexto e inserida em uma publicação recente. Esse tipo de imagem reciclada/ retirada de contexto, pode prejudicar a imagem de uma pessoa – colocando-a em situação depreciativa- ou usada para fins políticos – forjando situações falsas -, ainda mais se considerarmos que geralmente tomamos as imagens como sinais de veracidade.
Por isso, como defendemos nesse texto, não podemos confiar em tudo que vemos. Considerando que vivemos numa sociedade com crescente valorização de imagens, elas são também um poderoso recurso de manipulação.
Nesse fluxo contínuo de circulação de mensagens e informações, qual seria o papel de cada um nesse combate à desinformação?
Vamos falar mais sobre esse e outros assuntos em nossa próxima publicação!
Equipe Foca Nas Mídias.