As agências de checagem, ao confirmar se aquela notícia é verdadeira ou não, contribuem para minimizar a divulgação de conteúdos falsos
As agências de checagem nascem nos anos 90, mas ficam populares nos anos 2000 com a criação da FactCheck.org nos Estados Unidos. Nos últimos anos, no entanto, com o aumento das desinformações e/ou notícias mentirosas (fake news), difundidas de forma massiva através das redes sociais digitais, as agências passaram a atuar no combate desse problema.
Na prática, trata-se de uma ferramenta jornalística que verifica e checa a veracidade de declarações de figuras públicas, dados, boatos e conteúdos sensacionalistas. A checagem dos fatos retoma um dos conceitos mais básicos e essenciais do jornalismo: a apuração.
Mas como esse trabalho é realizado no dia-a-dia?
- Passo 1: Os jornalistas procuram informações que possam ser verificadas por meio de registros legislativos, meios de comunicação, mídias sociais e denúncias realizadas por usuários das redes. Essas informações passam por dois filtros: (a) se pode ser verificada e (b) se deve ser verificada (em outras palavras, é relevante, é de interesse público?);
- Passo 2: Encontrar o fato e analisá-lo. Para isso os jornalistas e verificadores procuram fontes, evidências etc;
- Passo 3: Corrigir o erro e explicar os fatos.
Esses profissionais utilizam, por exemplo, ferramentas tecnológicas que permitem analisar a movimentação de diversos perfis sociais, Facebook, Instagram, Twitter e/ou revelam localizações a partir de posicionamentos geográficos, além de programas para acessar dados de imagens que revelam onde e quando a foto foi registrada.
É importante saber que cada agência de checagem tem uma escala de avaliação dos fatos, mas basicamente seguem seis classificações:
- Verdade – a afirmação é correta;
- Verdade em sua maior parte – quando a declaração é correta, mas precisa de esclarecimentos ou informações adicionais;
- Parcialmente verdadeira – a afirmação é parcialmente correta, mas deixa de fora detalhes importantes ou tira as coisas do contexto;
- Falsa em sua maior parte – a declaração contém algum elemento de verdade, mas ignora fatos importantes;
- Falso – a afirmação não é correta;
- Absurda – uma afirmação ridícula.
Em meio aos bombardeios de desinformações variadas que chegam até nós diariamente, há também mensagens focadas em desacreditar o trabalho dessas agências, por isso, é importante saber que as checagens são realizadas por profissionais que seguem um código de ética da International Fact-Checking Network’s (IFCN), como:
- Ser APARTIDÁRIOS, ou seja, não podem tomar partido e devem checar todos os fatos da mesma forma;
- Mostrar as fontes que foram utilizadas no processo de checagem;
- Divulgar quem são os financiadores da agência de checagem;
- Não permitir interferências no trabalho da Agência;
- Mostrar a estratégia de checagem;
- Ter um canal para que leitores possam fazer denúncias;
- Ter uma política de correção de erros;
E tem alguém que checa esse trabalho?! A própria IFCN faz isso com instrutores externos que avaliam a implementação e eficácia desse código. Além disso, as agências vinculadas (parceiras) possuem a logomarca da IFCN em suas páginas (https://www.ifcncodeofprinciples.poynter.org/signatories).
No Brasil, algumas das principais agências são: A Lupa, Estadão Verifica, Aos Fatos, Publica e UOL Confere.
Até a próxima!
Equipe Foca Nas Mídias